O que temos à nossa volta? Analisando bem, vamos perceber que temos uma infinidade de objetos, objetos estes que são formados basicamente por átomos. Aprimorando nosso pensamento, perceberemos que estamos imersos também em uma infinidade de ondas eletromagnéticas (luz, rádio, TV, microondas, etc). À radiação, está associado o fóton. E, por fim, existem certas reações nucleares que ocorrem em estrelas que têm como subproduto os neutrinos, ou seja, partículas com massa muito pequena e que interagem muito fracamente com a matéria. Os neutrinos produzidos em diversas regiões do espaço estão transitando por todo ele a todo instante. Neste exato momento, milhões de neutrinos atravessam nossos corpos sem que percebamos...

        A princípio poderíamos supor que o universo também é constituído basicamente destes três elementos: átomos, fótons e neutrinos. Mas em 1930, o astrônomo suíço Fritz Zwicky, estudando o comportamento dinâmico de galáxias e a influência da massa delas para o efeito de lentes gravitacionais, concluiu que a massa de uma galáxia é cerca de 100 vezes maior que a soma das massas dos seus componentes. Esta matéria excedente, por sua vez, estende-se à dimensões muito maiores que a da galáxia em si e não interage com a radiação luminosa, ou seja, não nos é visível. Por isso, recebeu o nome de Matéria Escura. Suspeita-se que este novo tipo de matéria seja constituída por uma nova partícula elementar, mas esta ainda não foi detectada. Espera-se que com novos avanços em aceleradores de partículas possa ser possível descobrir o constituinte fundamental da matéria escura.

        Mas a natureza ainda tinha uma carta na manga... Em 1998 uma grande descoberta teve lugar na área da cosmologia e astronomia: o universo está em expansão, mas a expansão é acelerada! Então foi de extrema necessidade admitir que existe um meio muito tênue que permeia todo o espaço... Este meio tem propriedades exóticas, como por exemplo, uma grande pressão negativa, que causa o efeito de antigravidade e acelera expansivamente as estruturas do universo. A este meio chamou-se Energia Escura.

        O mais curioso nos estudos feitos na tentativa de explicar a expansão do universo é que a maioria deles vêm no sentido de ter que acrescentar uma constante cosmológica às equações que está relacionada a uma certa densidade de energia associada ao vácuo. E, portanto, volta-se à idéia de Einstein... Não é a mesma constante, mas a necessidade que nós temos para acrescentar a nossa é a mesma que ele tinha quando acrescentou a dele, ou seja, ajustar o modelo àquilo que precisamos.

        Outro fato bastante curioso é que, através de cálculos envolvendo principalmente a dinâmica das galáxias, pode-se estimar a divisão da matéria do universo e fica claro que somente 4% da matéria dele são responsabilidade dos átomos! Menos de 1% são dos neutrinos e fótons, 22% de matéria escura e 74% de energia escura.

        Observe que nada está pronto e finalizado no estudo da cosmologia. Vivemos em uma grande época, onde temos oportunidade de pesquisar, e quem sabe até mesmo modificar o modelo que estamos considerando verdadeiro. Ainda há muito o que fazer e o que descobrir...


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